segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O Cuidado



Repare como você sempre foi cuidado, e talvez ainda não tenha percebido. As dores, lutas e traumas? Não se assuste ou as deixe serem maiores nessa reflexão, me acompanhe e verá que são meras distrações nessa trajetória que chamamos de vida.

Enquanto aqui escrevo sobre cuidado, o vejo evidente por trás da janela. Está chovendo manso, a sonoridade é leve e sinto daqui a umidade do dia em meu corpo. Eu poderia pensar que isso é ruim, me impede de fazer algo, tantos planos e essa chuva logo agora?! Mas a enxergo como cuidado, provisão. A natureza certamente está vibrante, e recebendo cada gotinha de água com fulgor.
Com o tempo e tudo que nele ocorre, creio eu, que a sensibilidade pode ser enfraquecida. A atenção volta-se ao óbvio, e muitos não conseguem apurar os mínimos detalhes, os mínimos cuidados.

Porque a percepção torna-se tão diluída? Escuto a frase “bem vindo ao mundo real” repetidas vezes e com tamanha ironia e pessimismo em bocas alheias, que penso e afirmo para mim: “pode ser melhor que isso, sim!”. O olhar é uma questão. Sejamos objetivos e racionais, mas jamais insensíveis. Se te falta enxergar o cuidado, tudo parece caótico e sem saída, não se preocupe. As distrações aparentemente são grandes, mas atente seu olhar e atenção ao mínimo: sinta a respiração que corre em você nesse momento, a visão que agora lê tantas palavras, sente seu coração pulsando? E o céu, já reparou a beleza de suas formas hoje? Permita-se ver que tudo está num controle Maior. Repare a chuva, sinta a umidade, admire o céu. O Cuidado está ao seu lado, enxergue-o e O abrace.


Lara,
 Novembro de 2016.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Por onde começar?


Por onde começar? Sempre um percurso intrigante falar sobre nós mesmos. Por etapas, vou aos números. 1996. Esse foi meu ano de entrada, na nossa casa, Terra. Sem muita euforia, uma criança curiosa e atenta a tudo. Observação talvez seja uma das minhas maiores características, o olhar perdido no nada, quando na verdade o nada é tudo.

Ponteiros correndo, e em relação a infância posso dizer com toda certeza: extremamente aproveitada. Horas, muitas horas na rua brincando. Imaginação sempre energizada, fluxo de ideias e brincadeiras. Passei por essa fase com vontade de ficar. Eternizar a intensidade de tais momentos bem vividos. Chega-se a metamorfose, você começa a deixar os brinquedos, mas ainda os tem em vista em algum canto. E no meio dessas mudanças, vieram os escritos em vários papéis, a primeira câmera... e tantas outras projeções do que hoje fazem parte do que sou. Os escritos: meu gosto pela leitura, palavras e significados, pelas formas de linguagem. A câmera: explorar as cores e ângulos, expandir o olhar, ver o simples de um jeito diferente.  Quando você começa a virar "gente grande" tudo se reflete, tudo se descobre.

Arte, criação, o social, a expressão, o exposto e o que tem por trás, as linhas e entrelinhas, o ser e O Criador. Aqui, uma lista dos meus interesses, uma jornada de buscas e descobertas pela vida. Escrever sobre você mesmo, é como dito em algum lugar: limitante. Nosso eu tanto interno como externo, vai além de palavras. Palavras podem ser cheias ou vazias, gerar interpretações equivocadas ou acertos concretos. Então sobre mim, registro a síntese da síntese, afinal é durante a caminhada que você se conhece.